sexta-feira, 22 de outubro de 2010

100 Anos de Machado de Assis


Na Wikipedia encontramos:


Era filho do mulato Francisco José de Assis, pintor de paredes e descendente de escravos alforriados, e de Maria Leopoldina Machado, uma portuguesa da Ilha de São Miguel. Machado de Assis, que era canhoto, passou a infância na chácara de Maria José Barroso Pereira, viúva do senador Bento Barroso Pereira, na Ladeira Nova do Livramento (como identificou Michel Massa), onde sua família morava como agregada, no Rio de Janeiro.
De saúde frágil, epilético, gago, sabe-se pouco de sua infância e início da juventude.

Ficou órfão de mãe muito cedo e também perdeu a irmã mais nova. Não frequentou escola regular, mas, em 1851, com a morte do pai, sua madrasta Maria Inês, à época morando no bairro em São Cristóvão, emprega-se como doceiro num colégio do bairro, e Machadinho, como era chamado, torna-se vendedor de doces.
No colégio tem contato com professores e alunos e é provável que tenha assistido às aulas quando não estava trabalhando.

Mesmo sem ter acesso a cursos regulares, empenhou-se em aprender e se tornou um dos maiores intelectuais do país, ainda muito jovem. Em São Cristóvão, conheceu a senhora francesa Madamme Gallot, proprietária de uma padaria, cujo forneiro lhe deu as primeiras lições de francês, que Machado acabou por falar fluentemente, tendo traduzido o romance Os Trabalhadores do Mar, de Victor Hugo, na juventude. Também aprendeu inglês, chegando a traduzir poemas deste idioma, como O Corvo, de Edgar Allan Poe. Posteriormente, estudou alemão, sempre como autodidata.



Joaquim Maria Machado de Assis, escritor brasileiro nascido em 1839, na cidade do Rio de Janeiro é considerado o maior expoente da nossa literatura.
Ocupou durante dez anos a presidência da Academia Brasileira de Letras e escreveu, além de poemas, reportagens e contos, grandes clássicos da Literatura Brasileira, tais como Memórias Póstumas de Brás Cuba e Quincas Borba, publicou Dom Casmurro em 1899.
 



Memórias Póstumas de Brás Cuba 

É narrada pelo defunto Brás Cubas, que escreve a própria biografia a partir do túmulo (sendo, portanto, segundo o próprio, não um autor-defunto, mas o primeiro defunto-autor da história, que é caracterizado por ter morrido e depois escrito, diferente do outro que foi escritor depois morreu). Começa suas memórias com uma dedicatória que antecipa o humor negro e a ironia presente em todo o livro: Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico com saudosa lembrança estas Memórias Póstumas. Brás Cubas também expressa o humor negro quando diz que a obra foi escrita com a pena da galhofa e a tinta da melancolia, no "Ao leitor".
Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver, dedico, com saudosa lembrança, estas memórias póstumas

— Dedicatória da obra - notem o humor negro e os traços realistas, presentes desde a dedicatória


Foi a obra brasileira que melhor ilustrou a tendência do "leitor incluso", um contraponto dialógico com o leitor, não apenas como um vocativo, mas dando ao leitor vida própria e contornos no interior do texto. O leitor é visto com possuidor de posicionamento crítico, gestos e temperamento. Estes trechos que incluem o leitor têm sempre uma natureza baseada numa reflexão, uma metalinguagem da estrutura e corrente ideológica do texto. No texto Brás Cubas e um narrador personagem,o fato de Brás Cubas colocar-se como um 'defunto autor',isto é,como alguém conta a vida de além-túmulo. Dá-nos a impressão de que este relato seria caracterizado pela isenção, pela imparcialidade de quem já não tem necessidade de mentir, pois deixou o mundo e todas suas ilusões.

Dom Casmurro

 

 Apesar dos debates mais comuns girarem em torno daquilo que é aparentemente é o tema da obra: o adultério, Machado de Assis, em toda sua genialidade, cria um narrador que manipula o leitor a, em primeira instância, julgar se a traição foi real, embora, o tema principal gira exatamente em torno do que é comum a todos: o ciúme. É comum que o leitor tenha tendências a seguir por esta análise uma vez que este encontra nos personagens algum tipo de identificação e, é mediante esta reação, que Machado comprova a patologia psicológica que está sujeita a todo ser-humano: o ciúme. 
Com palavras do próprio livro pode-se comprovar: "A imaginação foi a companheira de toda a minha existência..."
Além disso, Bentinho carrega consigo tudo o que há de necessário para se tornar um homem inseguro e ciumento: - É mimado, tímido, dependente, dominado pela mãe e depois por Capitu. - Tem personalidade fraca, religiosidade infantil, sem iniciativas e tem imaginação fértil.
Pode-se concluir a partir disto também que, Bento Santiago não é um narrador confiável.


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